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É urgente uma campanha pela liberdade dos presos políticos contra a privatização da água em SP

Semana passada, Tarcísio mandou a Polícia Militar reprimir brutalmente manifestantes na Alesp. Foram diversos feridos e presos pela violência policial em nome da privatização da Sabesp. Dois deles, o professor Lucas e o estudante Hendryll, ainda continuam presos.

Mateus CastorCientista Social (USP), professor e estudante de História

terça-feira 12 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Semana passada, Tarcísio mandou a Polícia Militar reprimir brutalmente manifestantes na Alesp. Foram diversos feridos e presos pela violência policial em nome da privatização da Sabesp. Dois deles, o professor Lucas e o estudante Hendryll, ainda continuam presos. É necessário que as centrais sindicais organizem uma forte campanha contra a repressão daqueles que lutam contra as privatizações e pela liberdade imediata de Lucas e Hendryll.

Frente à brutalidade policial de Tarcísio e o avanço das privatizações, uma reunião de organismos sindicais, movimentos sociais e organizações de esquerda decidiu por uma chamado “Contra Privatização da SABESP, do metrô e da CPTM, pela liberdade do professor Lucas e do Estudante Hendryll, presos políticos por lutar pela água”.

Nos últimos meses, metroviários, ferroviários e funcionários da SABESP vem travando uma luta contra as privatizações de Tarcísio. A forte greve do dia 3 de outubro paralisou o Metrô e o Trem, além das instalações da SABESP, demonstrando a potência da classe trabalhadora quando esta resolveu se unificar e adotar seus métodos de luta. O Governo de São Paulo reagiu e no final de outubro demitiu diretores do Sindicato do Metrô e operadores de trens. No dia 28 de Novembro, uma nova greve unificada das 3 categorias foi convocada, com uma forte adesão de metroviários, apesar das ameaças de repressão com a mobilização de policiais militares.

A luta contra as privatizações marcou o ano da política paulista. Tarcísio pretende utilizar-se de seu projeto privatista em São Paulo para dar um exemplo para todos os capitalistas e assim se consolidar como alternativa para a extrema-direita a nível nacional.

Para esse objetivo, toda intimidação e truculência será aplicada, desde a instalação não consensual de aplicativos em celulares particulares de professores, até o envio de cartas intimidando metroviários grevistas.

Esse programa político neoliberal, que visa entregar o patrimônio público para empresas como ENEL e ViaMobilidade - notórias pelos gigantescos lucros de um lado e escândalos e precarização do serviço por outro, conta com o suporte do Governo Lula, através do Orçamento Fiscal que exige medidas neoliberais de desmonte de serviços e também o novo PAC, que destina uma verba bilionária para PPPs em São Paulo. Em declaração, Tarcísio já indicou que, caso a SABESP seja privatizada, a tarifa subirá, provando que a privatização da água em São Paulo será tão trágica quanto foi a da energia.

É neste contexto que ocorreu a brutal repressão policial ao protesto contra a privatização da água na Alesp, com 2 manifestantes mantidos presos até hoje. Tarcísio recorrerá a todos os métodos disponíveis de intimidação, perseguição e violência direta, para implementar as suas privatizações e enriquecer o bolso dos capitalistas. A prisão de um professor e um estudante por se manifestarem contra a privatização da água abre precedente para a escalada repressiva contra trabalhadores, estudantes e toda a população, por isso a importância de uma forte campanha pela liberdade de Lucas e Hendryll.
Neste sentido, é necessário que as centrais sindicais, como CUT e CTB, transformem seu posicionamento contrário às privatizações em medidas concretas de luta, organizando as categorias pela base para derrotar Tarcísio. É preciso que se juntem à campanha já chamada por organizações sociais e políticas e coloquem toda sua estrutura para inflamar o conjunto dos trabalhadores paulistas e da população contra as privatizações.

A ofensiva de Tarcísio encontra respaldo na carta branca de Lula. Em Brasília, o partido do governador de São Paulo, Republicanos, ocupa o Ministério de Portos e Aeroportos. O programa privatista de Tarcísio também encontra respaldo no Orçamento Fiscal e no novo PAC. Novamente, é a conciliação de classes que fortalece a extrema-direita.

Contra Tarcísio é necessário exigir das centrais sindicais que organizem uma forte greve unificada, que expresse na base o potencial demonstrado nos dias 03 de outubro e 28 de novembro. A auto organização dos trabalhadores, aplicando os seus métodos na luta de classes, buscando unificar-se com o conjunto da classe trabalhadora e a população de São Paulo, é o que pode virar o jogo e colocar Tarcísio de joelhos.




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