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Toma lá, dá cá | Governo Lula-Alckmin entrega presidência da Caixa ao Centrão

O presidente Lula demitiu a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, durante reunião nesta quarta-feira (25/10), no Palácio do Planalto. Essa demissão não se dá no acaso uma vez que Lula, com a política de conciliação da frente ampla, segue o famoso "toma lá dá cá", agradando o presidente da câmara Arthur Lira.

sexta-feira 27 de outubro de 2023 | Edição do dia

Há algum tempo Lira e outras lideranças do Centrão pressionaram pela troca da presidência e neste último dia 25 /10 o governo de frente ampla concedeu.

Para a vaga de Rita, Lula vai nomear Carlos Antônio Fernandes, indicado por Lira. Essa troca de favores tem a ver com o veto pelo Marco Temporal que lembremos aqui que não garante legitimidade dos povos originários as suas terras uma vez que dois dispositivos não foram vetados por Lula, o primeiro coloca a "soberania" e a "defesa" nacional como direito acima do direito aos povos indígenas sobre as suas terras, e isso quer dizer que o Estado brasileiro pode decidir, com o discurso de defesa da soberania, expropriar Territórios Indígenas oficialmente delimitados.

O segundo dispositivo que não foi vetado foi a permissão de atividades econômicas exercidas em terras indígenas pela população indígena de direito a aquele território, com a flexibilização da possibilidade de contratação ou de cooperação de mão-de-obra que não seja daquela comunidade.

Ambos dispositivos demonstram a disposição do governo de frente ampla de Lula para negociar os direitos dos indígenas com a bancada ruralista, e não só isso, como também de o próprio Estado brasileiro ser agente no processo de retirada destas terras.

Esse veto fajuto ao Marco Temporal serve bem pra mostrar como por um lado setores de direita/extrema direita ligados ao agro/ruralistas atacam direitos dos povos originários e por outro lado Lula tenta dar uma resposta pra setores mais amplos que se indignaram com a tese do Marco Temporal fazendo de conta que consegue garantir os direitos sem que haja uma revogação total do mesmo. Inclusive vale também lembrar que esses setores a quem Lula entrega a presidência da Caixa Econômica foram grandes impulsionadores do Marco Temporal.

Os acordos e concessões feitos com o Centrão, bancada ruralista e evangélica de toda forma rifam as demandas mais sentidas pela classe trabalhadora e setores oprimidos fortalecendo cada vez mais setores que foram base de sustentação de Jair Bolsonaro. Isso deixa cada vez mais explícita a contradição que é a política do mal menor e o governo de frente ampla.




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