Ontem, 08/08, em sua live semanal nas redes sociais, Bolsonaro contou com a presença do reacionário Sérgio Moro, Ministro da Justiça, defendendo o seu “Pacote Anticrime”, que está em tramitação no Senado e que vem para dar carta branca aos policiais para assinarem ainda mais a juventude negra e pobre no Brasil. Bolsonaro, para piorar, ainda afirmou que fará um apelo a Davi Alcolumbre (DEM), presidente do senado, para que o debate em relação à redução da maioridade penal, que já passou na câmara, entre em cena novamente e seja votado.
sexta-feira 9 de agosto de 2019 | Edição do dia
A proposta do pacote anti crime tem uma série de medidas autoritárias, como maior flexibilidade para casos em que o acusado tenha agido em legítima defesa “sob forte emoção”, dando carta branca para a polícia matar, desde que, lógico, esteja, “muito emocionada”. O ponto da redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, em casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, também é um absurdo, visto que a realidade da juventude hoje é de miséria, que Bolsonaro se esforça para garantir em prol do lucro dos patrões. A resposta do presidente, como aparece na live, é colocar essa juventude na cadeia, ainda defendendo que a redução deveria se estender para todos os tipos de crimes e garantindo o direito dos policiais fazerem o que bem quiserem com esses jovens com o pacote genocida de Moro.
Ontem, na live com o PR @jairbolsonaro , projeto de lei anticrime e outros assuntos na pauta https://t.co/LimZPwVaXT
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 9, 2019
Ou seja, como se não bastassem todos os ataques que o governo Bolsonaro vem realizando sobre a população brasileira desde o início de seu mandato, como o aumento do desemprego; dos trabalhos precários; da votação da reforma da previdência que vem para nos fazer trabalhar até morrer; das mudanças no sistema de saúde, com a internação compulsória de usuários de drogas; e o Projeto Future-se, que abre espaço para a privatização da educação superior; o Pacote Anticrime do Moro busca encarcerar e matar ainda mais nossos jovens, principalmente os pobres e negros, como se o problema da criminalidade, no país, seja esse.
Todos esses ataques estão ligados a um projeto de sociedade que a extrema direita reserva para a juventude negra e pobre. Após a aprovação da reforma da previdência na câmara, o governo vem com uma ofensiva autoritária pois se sente fortalecido. Enquanto explora os trabalhadores e aumenta o desemprego, sem dar nenhuma saída para os jovens terem perspectiva de futuro, avançam com a repressão, fazendo de tudo para que o futuro da juventude seja de miséria, enquanto, para os policiais, é garantida a impunidade. Bolsonaro e Moro falam de combater o crime enquanto nas cadeias ocorrem barbaridades e torturas. O massacre de Altamira, que assassinou mais de 60 jovens dos quais boa parte ainda nem tinha sido julgada, é uma expressão concreta disso.
Moro, que recentemente fez postagens escandalosas sobre as mulheres e feminismo, segue com sua demagogia de que "defende a segurança". Essa segurança, no entanto, passa longe de ser para a juventude pobre, pelo contrário. Em um post no twitter, ele chegou a ser contra a saída dos presídios no dia dos pais, um verdadeiro absurdo.
Parricidas ou filicidas não deveriam sair da prisão em feriado do dia dos pais. É imoral e afeta a confiança das pessoas no império da lei e da Justiça. Mas não adianta culpar o juiz. Precisa mudar a lei atual. Apoie o projeto de lei anticrime.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 8, 2019
Nós, do Esquerda Diário – MRT , somos contra esse projeto golpista, aprofundado cada mais por essa extrema direita que reivindica torturadores, como o Ustra, e garante a impunidade para os policiais fazerem o que quiserem. Essa justiça, absurdamente arbitrária e seletiva, não está a serviços das trabalhadoras e trabalhadores, assim, deveríamos ter investigações independentes e júris populares para julgarem os torturadores e policiais que cometem esses crimes, principalmente com os jovens e negros.