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Rússia | ISIS assume autoria de atentado em casa de shows em Moscou

Ocorreu na noite desta sexta-feira (hora de Moscou) um atentado terrorista. Até agora, pelo menos, são registrados 137 mortos e mais de 182 feridos, atacados por pessoas armadas que entraram na sala de concertos Crocus City Hall em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa. O governo de Putin acusa a Ucrânia de cumplicidade com o atentado, enquanto o grupo ISIS reivindicou a autoria do ataque.

segunda-feira 25 de março | Edição do dia

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As informações que circulam nas agências de notícias internacionais falam sobre pessoas armadas e encapuzadas que atiraram tanto dentro do espaço onde estava para começar um show da banda Piknik, quanto na fila de pessoas esperando para entrar.

Os vídeos do local momentos antes do atentado mostram um incêndio em uma das alas do prédio onde está o Crocus City Hall, aparentemente causado por cadeiras e outros móveis incendiados pelos mesmos homens que atiraram nas pessoas. Enquanto isso, o prefeito de Moscou suspendeu todas as atividades programadas para este fim de semana.

No início de março, as embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido emitiram sinais de alerta sobre possíveis ataques em locais de grande aglomeração, embora esses alertas tenham sido desconsiderados por Putin, que na época afirmou que "tudo isso parece um chantagem absoluta com a intenção de intimidar e desestabilizar nossa sociedade", respondendo a esse alerta em uma reunião com os chefes do Serviço Federal de Segurança (FSB).

Diante das declarações de pessoas próximas a Putin que acusaram a Ucrânia - e a OTAN - de cumplicidade com este crime, o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que "não há indícios de que Kiev esteja envolvida no ataque". Em resposta a essas declarações, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse à imprensa internacional: "Com base em que os funcionários de Washington estão chegando a conclusões no meio da tragédia sobre o não envolvimento de ninguém?". E acrescentou: "Se os Estados Unidos têm ou tinham dados confiáveis sobre esse assunto, eles deveriam entregá-los imediatamente à Rússia; se esses dados não existem, então a Casa Branca não tem o direito de conceder indulgência a ninguém".

Embora Putin esteja temporariamente em uma situação complicada com um ataque sangrento tão perto da capital russa, os eventos podem levar a um novo salto repressivo do regime dentro da Rússia, ao mesmo tempo em que servem para justificar uma escalada da guerra na Ucrânia.

Mais de 17 horas após o atentado, Putin emitiu um comunicado oficial. O líder russo anunciou a detenção de quatro suspeitos pelo atentado ao Crocus City Hall e de sete supostos cúmplices. Ele falou de uma "janela" preparada para que os agressores atravessassem a fronteira ucraniana e prometeu punir todos os envolvidos no atentado "sejam quem forem, tenham sido liderados por quem tenham sido liderados". Putin encerrou sua declaração afirmando que a Rússia estava disposta a unir forças com outros Estados na luta contra o "terrorismo internacional". Apesar disso, logo na manhã após o ataque, Kiev já foi bombardeada com cinco mísseis.

Zelensky, presidente da Ucrânia, fez um balanço dos últimos 7 dias da guerra, colocando como mais de 190 mísseis foram atirados pela Rússia contra o país, ao mesmo tempo que reivindicou a ação da OTAN e do imperialismo norte-americano no conflito. A mídia internacional relata que os envolvidos no ataque sejam ligados a uma célula afegã do Estado Islâmico, e que o ataque seria uma retaliação ao envolvimento da Rússia em operações contra o grupo na Síria e também devido ao apoio russo ao grupo Talebã, grupo rival do ISIS. Independentemente da autoria, o governo russo, ao utilizar do episódio para escalar a guerra na Ucrânia, reforça ainda mais a necessidade de uma saída da classe trabalhadora internacional para o conflito ucraniano.




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