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Paralisação Estadual em MG | "Os trabalhadores, por via de um plano de lutas, podem derrotar Zema", diz Flavia Valle no 7N

Entrevistamos Flavia Valle, professora da rede estadual e militante do Nossa Classe Educação, que está nas atividades da paralisação estadual contra o Regime de Recuperação Fiscal nessa terça-feira. Como derrotar os ataques de Zema?

terça-feira 7 de novembro de 2023 | Edição do dia
Flavia Valle na primeira atividade da paralisação estadual, na ALMG

Esquerda Diário: Flavia, estamos aqui na Audiência Pública na Assembleia Legislativa e às 14h nesse mesmo local haverá uma Assembleia Unificada com uma manifestação. Quais são as expectativas desses espaços?

Flavia Valle: Ainda estamos por ver o quanto a paralisação estadual se expressa em força real aqui no pátio da ALMG mais tarde. Nas escolas, o nosso sindicato não fez uma construção desde as bases que fosse capaz de transformar a paralisação em si numa mobilização forte aqui, justamente no dia e horário que o governo Zema quer avançar com a votação do RRF, um ataque começou com o golpista Michel Temer na presidência.

Demais categorias de trabalhadores estão paralisadas hoje e é necessário a nossa mais ampla unidade na luta para barrar o RRF hoje, inclusive com estudantes que também estão paralisados, como escrevi no Editorial do MRT-MG com o estudante de História da UFMG Pedro Gronga.

ED: Você se refere à aposta que as direções sindicais deveriam fazer na autoorganização de trabalhadores e estudantes como sujeitos dessa luta?

FV: Exatamente, e isso não é um mero detalhe, mas a única forma de efetivamente derrotar os ataques de Romeu Zema. A estratégia parlamentar em si que o PT leva à frente (e convoca paralisações e mobilizações nas principais direções sindicais de MG para fomentar essa estratégia, onde o "campo de batalha" é a ALMG) significa ter ilusões de que parlamentares de partidos que apoiaram o golpe institucional e até mesmo do partido de Bolsonaro (como Sargento Rodrigues) são nossos aliados.

Esta é parte de uma corja da direita e extrema direita que aprovou as reformas e que atentam no dia a dia contra nossos direitos democráticos. A política de conciliação de classes, ao gerar ilusões de que com a direita podemos avançar, nos leva apenas a um beco sem saída de mais ataques a nossos direitos, como bem vimos em nossa greve da educação ano passado.

ED: E qual seria a estratégia para vencer?

FV: A paralisação é importante, mas temos dito que dias esparsados de paralisação, em que a base dos trabalhadores não discutem os próximos passos e nem quais são as formas mais efetivas de lutar, não nos levam à vitória. Temos que nos organizar desde as bases nos nossos locais de trabalho e estudo, com comitês de base unindo trabalhadores da educação, da COPASA, da CEMIG, estudantes da UFMG, da UEMG e secundaristas, articulando nossas ações para colocar esse governo de extrema direita contra a parede.

Essa seria uma força capaz de mostrar que somos os trabalhadores junto com a população os que podem derrotar Zema. Precisamos exigir das direções sindicais um plano de lutas unificado para a derrubada do RRF, o que passa também por lutar contra o Arcabouço Fiscal do governo Federal que fortalece Zema e outros governadores de extrema direita como Tarcísio que está atacando duramente os trabalhadores e os serviços públicos em SP.

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