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Educação | “Passa de 50°C, na cozinha eu sinto que a escravidão ainda não acabou”: Denúncia de uma merendeira de SP

Veja denúncia sobre as condições de trabalho das merendeiras, trabalhadoras terceirizadas que alimentam todos os dias milhares de estudantes em SP.

quarta-feira 20 de março | Edição do dia

A educação pública tem sido precarizada no Brasil inteiro nos últimos anos, seja através de cortes orçamentários, do avanço da terceirização, de ataques da extrema direita ou do Novo Ensino Médio. Esse movimento não foi exclusividade dos governos Temer e Bolsonaro, pois segue no governo de Frente Ampla Lula-Alckmin. No estado de São Paulo, comandado históricamente pela direita neoliberal do PSDB e agora pela extrema direita de Tarcísio, esses ataques vêm de décadas, resultando em uma das redes mais precarizadas no estado com maior PIB da União.

Porém, as trabalhadoras terceirizadas, que são numerosas na rede estadual de educação e que são de maioria de mulheres negras, são as mais afetadas pela precarização por conta da instabilidade do posto de trabalho, dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho. Nos últimos dias, o calor insuportável que tem feito no estado tem castigado o conjunto da comunidade escolar e, como era de se esperar, as terceirizadas são as que mais têm sofrido com as altas temperaturas.

Recebemos a denúncia de uma merendeira de uma escola estadual na região de Campinas. Seu trabalho é fundamental pois é responsável por fornecer a alimentação aos estudantes e muitos dependem de tal refeição. Porém, a falta de estrutura adequada e de condições de trabalho tem feito seu trabalho ser totalmente insalúbre na atual onda de calor. Segue abaixo a sua denúncia:

"A cozinha está uma quentura, a minha sensação é que passa de 50 graus ali, o certo era ter exaustor, mas nem isso tem, e também tinha que ter uma roupa mais fresca pra gente trabalhar. A telha não tem um material bom também, é quente e fácil de pegar fogo. Na cozinha eu sinto que a escravidão ainda não acabou".

É preciso que a APEOESP organize uma forte luta contra a precarização da educação e que unifique a luta dos efetivos com a dos terceirizados, defendendo medidas básicas para melhorar as condições de trabalho das terceirizadas, como exaustor e uniforme adequado, e medidas de melhoria de infraestrutura das escolas para garantir ventilação e diminuição das temperaturas, com medidores nos locais de trabalho, como parte de uma luta pela efetivação dos terceirizados sem a necessidade do concurso público, pois já provaram na prática que são capazes de exercer seu trabalho.

Basta de precarização: Assine aqui o manifesto contra a terceirização e o trabalho precário.




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