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Marielle Franco | Quem mandou matar Marielle? 6 anos sem resposta e a necessidade de impor justiça com a luta

Ontem, véspera da morte de Marielle Franco, na Comissão de Direitos Humanos, o deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) vociferou: “Marielle Franco acabou”. Este deputada na mais faz do que dar continuidade às constantes provocações bolsonaristas à vida de Marielle, tão simbolizadas pela placa quebrada pelo PM Daniel Silveira.

quinta-feira 14 de março | 20:27

Ontem, véspera da morte de Marielle Franco, na Comissão de Direitos Humanos, o deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) vociferou: “Marielle Franco acabou”. Este deputada na mais faz do que dar continuidade às constantes provocações bolsonaristas à vida de Marielle, tão simbolizadas pela placa quebrada pelo PM Daniel Silveira.

Não é por acaso que ações como essa partam de agentes do Estado, como policiais e delegados. A extrema-direita brasileira continua a reivindicar e festejar a execução de Marielle e Anderson. Por outro lado, a frente-ampla de Lula e Alckmin, tendo o Ministério da Justiça agora comandado por Lewandowski, demonstra querer fazer do caso de Marielle, morta durante intervenção militar ordenada por Michel Temer e comandada por Braga Neto, parte do mesmo aceno que Lula fez aos assassinos e torturadores da Ditadura Militar: evitar “remoer o passado.”

A execução de Marielle e Anderson é a ferida do golpe institucional de 2016, quando bolsonaristas e militares junto aos, hoje, aliados da frente ampla (como STF e tucanos) uniram forças para o impeachment de Dilma e a prisão de Lula. Ocorre que, agora, grandes figuras que recorreram a Temer e a Bolsonaro se juntaram ao governo de frente ampla. A ferida que ainda sangra do regime político brasileiro - degradado pela ingerência autoritária e com suas reformas da previdência, trabalhista, privatizações - continuará a sangrar se a justiça por Marielle depender de um Judiciário racista à serviço da classe dominante.

Vale remarcar que a declaração de Lula sobre não remoer os crimes da Ditadura Militar é uma demonstração de um pacto com as Forças Armadas que se mantém ausentes na investigação do caso de Marielle, sendo que o Rio de Janeiro passava por uma intervenção na segurança pública quando a vereadora foi executada.

Após 6 anos, a pergunta ainda continua: quem mandou matar Marielle? No último período, não é por acaso que as investigações do caso tenham ganhado maior repercussão na mídia em momentos do vazamento ou divulgação de depoimentos e delações, como a mais recente do assassino Ronnie Lessa, na qual afirmou que o mandante do crime foi Domingos Brazão, ex-deputado estadual influente do MDB, cujo reduto eleitoral é dominado por uma milícia no Rio das Pedras (hoje, o MDB é parte da base do governo Lula).

A morte de Marielle envolve profundamente as estruturas de poder do Estado brasileiro. A extrema-direita, representando a polícia, mais recentemente afirmou que “Marielle acabou”. Grande parte do regime político brasileiro busca fazer dessa provocação uma realidade. Para a frente ampla, a busca por justiça se subordina à política de conciliação de classes, com as Forças Armadas, com as polícias e todos os setores que reivindicam o assassinato de Marielle e Anderson.

Desde o assassinato, viemos colocando como MRT que não seria possível resolver efetivamente este caso sem uma luta massiva, que impusesse uma investigação independente. Isso não ocorreu até aqui e, com isso, segue a impunidade e as dúvidas pairando eternamente sobre o caso. Enquanto isso não se resolve, seguiremos insistindo que é preciso uma luta nas ruas sem nenhuma ilusão nas forças repressivas e exigir do Estado uma investigação independente, com os parlamentares do PSOL, organismos de direitos humanos, representantes dos sindicatos, intelectuais especialistas na crise social do Rio de Janeiro e outros setores que tenham legitimidade popular. Essa investigação independente tem que ter garantido por parte do Estado os recursos para trabalhar, acesso aos arquivos de investigação, contratação de peritos independentes, participar das produções de provas, entrevista com as testemunhas e ter acesso a todo o tipo de informação por parte do Estado.

A luta por justiça por Marielle não pode ser com uma espera passiva, mesmo os parlamentares do PSOL não chamam uma luta nas ruas sobre isso, quando deveriam colocar sua projeção política à serviço dessa batalha. Seguiremos a luta por justiça por Marielle e Anderson. Marielle, presente!




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