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Ataques à educação | Rolo compressor do governo Leite sobre a educação gaúcha frente a desmobilização da direção do CPERS

Não bastasse a folha suplementar que deveria pagar o vale refeição retroativo de outubro e novembro e que veio com mais descontos do que pagamento, o governo Leite encaminha um pacote de leis para favorecer empresários, municipalizar o ensino fundamental e acabar com a gestão democrática das escolas. Frente a esse rolo compressor sobre a educação pública gaúcha, não houve uma campanha consistente por parte da direção do CPERS para que o governo sinta a pressão das ruas.

terça-feira 12 de dezembro de 2023 | Edição do dia

O chamado Marco Legal da Educação gaúcha inclui a municipalização do Ensino Fundamental, o que acarretará a demissão de professores contratados e a evasão escolar, em outros estados em que foi implementada esta política o governo teve que voltar atrás, como em São Paulo durante a pandemia. Eduardo Leite avança também em projetos que acabam com a gestão democrática das escolas e dão um passo a mais na privatização da educação pública. Ao impor a ameaça de afastamento das direções que não cumprirem as metas do governo, divide ainda mais nossa categoria já bastante fragmentada entre nomeados, contratados e terceirizados e faz isso porque sabe do potencial das lutas da educação que já ocorreram no RS e que não permitiram ao governo avançar no seu programa político privatista, que quer permitir Fundação Lemann, Airton Senna, Itaú por exemplo explorarem a educação pública.

Essas mesmas fundações hoje estão no Ministério da Educação do governo Lula/Alckmin, aplaudindo a reforma da reforma do Ensino Médio e isso explica em parte a falta de uma campanha contundente por parte da direção central do CPERS sindicato, composta por membros do PT do PCdoB e do PDT, para mobilizar a categoria para tomar as ruas como em outros momentos. Estes mesmos partidos, hoje no governo, incluindo o PSOL que cumpre um papel auxiliar, mantém alianças com a direita neoliberal. Até a extrema direita tem ministérios no governo de conciliação de Lula. Esta conciliação com os nossos inimigos abre cada vez mais espaço para a extrema direita e para governadores como Eduardo Leite se sentirem a vontade para massacrar os trabalhadores da educação e humilhá-los com folhas de pagamento como esta última.

A defesa da educação pública vai depender de muita auto-organização pela base, em cada escola, para pressionar por baixo a própria direção do nosso sindicato e voltar a tomar as ruas do estado e do país, de forma independente do governo Lula e de todos os governos, em defesa da educação pública auto gerida pelas comunidades e que esteja a serviço da nossa classe trabalhadora, para que nossos filhos possam acessar as universidades públicas também, e não a serviço dos grandes empresários que só querem produzir mão de obra barata e precarizada para super explorar o nosso povo.

Eduardo Leite só consegue avançar em seu programa neoliberal, só consegue avançar na privatização da educação pública por conta da baixa mobilização da categoria. A direção do CPERS composta por membros do PT, PCdoB e PDT faz de conta que nada tem a ver com isso, como se os trabalhadores da educação não quisessem lutar, como se a desmobilização fosse um mistério que eles não sabem responder. A verdade é que disposição de luta não falta, o que falta é uma forte campanha por parte desta direção do sindicato, chamando assembleias massivas para debater um plano de lutas com os educadores. Se não constroem a mobilização com os recursos de um dos maiores sindicatos da América Latina é porque não há interesse, o que mostra que os interesses dos burocratas que estão à frente do sindicato já há muito tempo não são mais os mesmos interesses da base da categoria. Os professores e funcionários de escola já não confiam nesta direção, será preciso muita auto-organização pela base de cada escola para pressionar a própria direção do sindicato por baixo, bem como as grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB respectivamente, e retomar as ruas pela educação pública, podendo ser um exemplo para a luta nacional pela revogação integral do Novo Ensino Médio.




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