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Ofensiva na Ucrânia | Rússia inicia operação militar e Ucrânia sofre série de ataques

Após o anúncio do presidente russo, Vladímir Putin, foi lançada uma operação militar na região pró-russa do Donbass. Ataques são relatados por toda fronteira ucraniana e diversas cidades. Zelenski ordena lei marcial na Ucrânia, que vive um dia caótico.

quinta-feira 24 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

As tensões na região escalaram após o presidente da Rússia anunciar, na segunda-feira, a decisão de reconhecer a independência das auto-denominadas “Repúblicas Populares” de Donetsk e Lugansk, com as quais a Rússia firmou acordos de amizade, cooperação e assistência mútua.

Tropas russas e veículos blindados entraram na Ucrânia e bombardeios atingiram a capital e uma dezena de outras cidades na madrugada de quinta-feira, com Putin ordenando uma operação para “desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia” e remover seus líderes do poder.

O anúncio conclui os acontecimentos dos últimos dias e leva à primeira ação militar em território ucraniano.

Oficiais ucranianos informaram que uma onda inicial de ataques atingiram instalações militares, aeroportos e instalações governamentais por todo o país. O serviço ucraniano de alfândega informou que tropas foram atacadas ao longo de toda fronteira da Ucrânia com Rússia e Belarus, bem como na Crimeia.

Artilharia pesada atingiu a cidade de Mariupol, no mar de Azov. Sirenes de ataque-aéreo foram ouvidas em Kiev após as 7 da manhã e o aeroporto da cidade foi atingido.

A investida russa contra a Ucrânia mexeu com os mercados. Bolsas caíram, enquanto o barril do Brent, parâmetro mundial, bateu os $100 pela primeira vez desde 2014.

A resposta dos Estados Unidos e da União Europeia foi mais que previsível. Até agora, não saíram da “diplomacia coercitiva”, composta por um conjunto de sanções econômicas, deslocamentos militares nos países da OTAN próximos à Rússia e envio de armas à Ucrânia.

A ONU pediu que Putin recue e Biden disse que a Rússia escolheu uma “guerra de perdas catastróficas”, ainda que diversos analistas considerem que um confronto direto entre OTAN e Rússia seja improvável no momento.

Em seu twitter, Biden expressou que os “Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de maneira unida e decisiva. O mundo fará com que a Rússia pague o preço”.

A ação militar ordenada pelo presidente russo abre as portas para um enfrentamento maior. Para além de suas declarações sobre “defesa nacional” diante do avanço dos Estados Unidos e das potências imperialistas europeias, o regime de Putin é completamente reacionário. Não só está à serviço dos interesses capitalistas de oligarcas próximos de si, como também de objetivos contrarrevolucionários em um sentido mais amplo, como mostrou a intervenção militar ordenada por Putin para reprimir o levantamento popular no Cazaquistão, ou a ingerência a favor de sustentar o regime de Assad na Síria.

Décadas de opressão nacional, primeiro sob o czarismo e então sob o stalinismo, e agora com a negação aberta por parte de Putin do caráter de estado da Ucrânia, alimentam nesse país um nacionalismo antirrusso reacionário, utilizado pelo governo de Zelenski, pelas potências imperialistas e por oligarcas ligados aos EUA e a UE devido aos seus negócios.

Com o pretexto da “soberania da Ucrânia” ou da defesa da “democracia” contra a “autocracia”, Estados Unidos e OTAN estão alimentando as tendências a uma guerra que será catastrófica para os trabalhadores e todos os povos.

Por isso, nós socialistas chamamos a enfrentar a possibilidade dessa guerra reacionária através da mobilização, contra a OTAN e as sanções impostas pelas potências imperialistas, bem como repudiamos a ingerência da Rússia na Ucrânia. Nesse jogo, a Ucrânia é uma moeda de troca. A possibilidade de uma Ucrânia independente está inseparavelmente ligada à luta contra os oligarcas de ambos os lados e a uma perspectiva socialista. A possibilidade de impedir as guerras reacionárias é o desenvolvimento da revolução socialista e o fim da dominação imperialista em todo o mundo.




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