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JUVENTUDE | Secundaristas de EE Diadema discutem a crise política em Simpósio dentro da escola

Nos dias 06, 07 e 08 de Abril ocorreu o Simpósio sobre a Crise Política no país no EE Diadema, a primeira escola ocupada em São Paulo do movimento de ocupações que derrotou o "poderoso" Geraldo Alckmin. Os três dias contaram com muitas reflexões sobre o significado do Impeachment e quais são as tarefas da juventude para responder a direita golpista de Cunha, Bolsonaro e Aécio, ao mesmo tempo que não há representatividade do PT que aplica um cruel plano de ajuste enquanto os sindicatos e as entidades estudantis como a UBEs e UPEs não organizam nenhum plano de luta para responder.

domingo 10 de abril de 2016 | 12:02

O evento da escola de luta EE Diadema contou com participação de diversos grupos e coletivos: o Esquerda Diário, o organizador da página Não Feche a Minha Escola, PSTU, Mal Educado, estudantes da Unifesp, Faísca - Juventude Anticapitalista e Revolucionária e professores e operários da região. E debateu todas as grandes questões que pautaram os jornais, mas também os pontos de onibus, os locais de trabalho, as escolas, universidades, e em todos os lugares. Cada dia tiveram mesas organizadas pelos próprios professores e estudantes da escola com os temas "A cobertura jornalistica da Crise política", "A operação Lava Jato e sua condição jurídica" e no último dia se colocaram as distintas perspectivas para o futuro do país, que iam desde um jovem defendendo golpe militar à defesa da necessidade da de construir um terceiro campo independente dos trabalhadores e da juventude. O debate foi seguido da votação de um plebiscito para decidir a posição da Escola. Entre as alternativas do plebicito estavam "Eleições Gerais", "Contra o Impeachment", "Pelo Impeachmnet", "Outros".

A professora de Sociologia e diretora da APEOESP, Maíra Machado participou da mesa "A operação Lava Jato e sua condição Jurídica" defendo a necessidade de um movimento independente para colocar de pé um plano de luta contra o Impeachment da direita e os ataques do governo do PT.

Comentou emocionada: "É muito forte ver essa escola cheia de estudantes para debater política e pensar uma saída independente para essa crise. Com poesia, e espaços de libertação e reivindicação dos movimentos de oprimidos, vi uma nova geração de jovens que querem uma resposta profunda para responder suas aspirações, o que só pode ser uma saída revolucionária e anticapitalista".

Bruno Amorim, metalúrgico de Santo André e da CSP-Conlutas esteve na mesa "A cobertura jornalistica da Crise Política" contando a força que o Esquerda Diário ganhou neste primeiro ano de existência no Brasil por ser uma rede de diários internacional, com muita confluência estratégica de apresentar uma perspectiva operária e da juventude combativa contra a mídia burguesa que usa da crise política para favorecer alguns grupos de políticos também corruptos como o PT. Bruno mencionou o altíssimo desemprego na juventude, que já chega a 20%, e as demissões nas industria que é o setor mais atingido pela crise econômica. Sobre a necessidade de lutar hoje contra os ajustes e ataques do PT, Bruno comentou ao ED: "O EE Diadema começou um processo de ocupações nas escolas que se espalhou no país inteiro. Hoje estão vivos nos secundaristas do Rio de Janeiro e do Mato Grosso do Sul. Mas esse processo não se limitou a juventude, assim como Junho de 2013, incendiou a classe operária, permitindo que os operários da Mabe de Hortolândia e de Campinas, assim como os operários da Mardel de Ribeirão Pires tomaram em suas mãos a defesa dos seus empregos ocupando as fábricas contra a patronal".

Uma geração que não aceita a miséria do possível

O Simpósio da Crise Política expressa o profundo questionamento político nessa nova geração, as ocupações das escolas foram uma escola para formação de muitos jovens que despertaram para a vida política e querem ser sujeitos para responder o futuro do país. Com quatorze anos, um jovem intervia contra a posição de um dos palestrantes abertamente de direita, afirmando que os LGBT não são doentes, que foi seguido de diversas intervenções de LGBT e negros que reivindicavam sua reparação histórica e a resistência das travestis, homens e mulheres trans, o direito ao uso do banheiro que se identificam, e todos os direitos igualitários.

Também sobre como responder a crise política, a juventude se demonstrou desconfiada de todos os políticos e dessa democracia dos ricos, denunciando a profunda diferença entre a igualdade nas leis da igualdade da vida. Todos os jovens se colocavam contrários aos Impeachment e a direita. Mas não defenderam o PT em nenhum momento, pelo contrário, questionaram os cortes da educação e o destino deste partido, que já não aparece como representante dos seus sonhos. O PSTU e um jovem da rede Emancipa defenderam eleições gerais como saída para a crise política, mas não conseguiu convencer os secundaristas, tanto pelas demais adesões a este programa como Marina Silva e Renan Calheiros que causam muita desconfiança desta proposta, quanto pela clareza que os estudantes tinham que não há "alguém como nós", como dizia uma jovem estudante.

Virgínia Guitzel e Jenifer Tristan do Faísca - Anticapitalista e Revolucionária interviram apresentando o surgimento do coletivo e a proposta de construir um movimento nacional da juventude para se enfrentar com essa direita reacionária antiLGBT, antinegro e extremamente machista sem fechar os olhos para a necessidade de combater o governo do PT e seu esforço para descarregar a crise econômica na costa dos trabalhadores. "A EE Diadema mostra que a juventude quer construir o futuro e tem em suas mãos a poderosa chance de confluir com os trabalhadores que estão cada vez mais atacados", disse a militante trans. Continuou "Como estão fazendo os jovens franceses, é preciso tomar as ruas para construir uma saída para nós jovens, oprimidos e trabalhadores".




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