Nos últimos dias ônibus, carros e agências bancárias foram incendiadas. O Estado entrará como polícia onde não entra de outras formas, como em Jacarezinho?
terça-feira 8 de junho de 2021 | Edição do dia
O governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) solicita à Força Nacional ajuda para "combater o crime organizado" em Manaus e cidades da região. A crise descarregada sobre os trabalhadores e os mais pobres abre cada vez mais uma ferida social de miséria, fome e desespero no estado do Amazonas. A operação tende a cumprir um papel de controle social impondo medo e deixando a população no fogo cruzado entre o tráfico e a polícia.
Com a justificativa de combater o crime organizado o governador bolsonarista Wilson Lima irá receber a Força Nacional em Manaus. A questão que fica é quantos inocentes irão pagar com suas vidas para que segundo o ministro da Justiça Anderson Torres se reestabeleça “a paz e a ordem na capital”? Que paz é essa? E para quem? Para quem passa fome, mora na rua, está desempregado ou em situação de trabalho precário com certeza não. A polícia vem para reestabelecer a paz para a burguesia. Para os empresários incomodados com seus prejuízos. Essas operações policiais sempre acabam gerando consequências para a população pobre e trabalhadora. Casas invadidas, pessoas inocentes agredidas e até assassinadas como se viu em Jacarezinho no RJ.
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A população sofre ainda as consequências da enchente do Rio Negro e com a falta de respiradores mas vai ficar no fogo cruzado e seguirá desamparada enquanto o Estado gasta somente com repressão, pois para repressão não há teto de gastos como há para a saúde e educação. Wilson Lima é um braço de Bolsonaro e Mourão na Amazônia armando os garimpeiros que estão invadindo o território Yanomami com ajuda de forças militares, o próprio Mourão já se declarou a favor do garimpo. O maior policiamento na região deixa os povos Yanomamis ainda mais fragilizados.