No Recife de João Campos (PSB), onde 100% dos assassinados pela polícia em 2023 eram negros, Derik Sampaio, jovem negro, de 13 anos, é alvejado pela policia, não recebe socorro na hora, e é levado para hospital no portamalas de viatura.
segunda-feira 18 de março | 17:51
Darik Sampaio da Silva, foi alvejado durante uma perseguição e troca de tiros envolvendo policiais militares. Ele era atleta de futsal sub-14 do Sport Club do Recife, onde jogava desde os 7 anos. De acordo com parentes, o menino, que sonhava em ser jogador de futebol, foi baleado duas vezes.
O tiroteio aconteceu por volta das 19h20 do sábado (16), na Rua Professora Arcelina Câmara. Ainda segundo a família, ele estava conversando com duas colegas quando policiais chegaram atirando para todos os lados. O menino e as colegas chegaram a entrar na casa de uma delas para se proteger, o adolescente já tinha sido atingido. Darik foi atingido na perna e na cintura.
Em entrevistas concedidas para o G1, testemunhas desmentem a versão da polícia e denunciam o descaso brutal com a vida de Darik.
"Começou a perseguição da polícia atrás de dois carros roubados. Eles já entraram na minha rua dando tiro. Tem cápsula de bala desde o início da rua. Quando eu vi a perseguição, vi o carro já derrapando pneu na ladeira. O carro que estava fugindo. Eu vi que ele estava com o vidro fechado", afirmou uma testemunha, o que nos leva a entender que os suspeitos não estavam nem sequer atirando de volta com armas para fora do veículo, desmentindo a versão da polícia que afirma que houve troca de tiros com os suspeitos.
"Ouvi os barulhos de tiro e começou a bater tiro na minha parede. Eu corri para abrir a grade e gritei para todo mundo entrar. Aí já senti pedaços da parede batendo na minha perna. Puxei minha amiga também. Como ele foi o último a tentar entrar, infelizmente, ele demorou, acho que se assustou, também. [...] Momentos depois ele caiu para trás e gritou para mim ’fui baleado’", afirmou.
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Parentes de Darik e testemunhas ainda afirmaram que, apesar de terem sido chamadas, as viaturas que passaram pelo local não prestaram socorro ao adolescente. Ele foi socorrido por uma terceira equipe.
Outra testemunha, que mora perto do local onde o menino foi baleado, questionou o porquê de Darik ter sido socorrido na mala da viatura.
"A viatura deu ré e socorreu o adolescente na mala, o que eu acho um absurdo. Não era nenhum animal, nenhum bandido. Era um adolescente que foi baleado numa fatalidade de tiros perdidos. Não tinha por que ir na mala. De onde o menino foi baleado até a Policlínica Arnaldo Marques são 19 lombadas. O menino foi baleado e saiu daqui todo troncho, numa mala. Não custava nada colocar o adolescente na parte da frente, o que eu acho que poderia ter salvo a vida dele", afirmou.
O corpo de Darik foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. O velório e sepultamento de Darik foram marcados para a segunda-feira (18), no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife.
Este episódio escancara a brutal violência policial racista cotidiana nas periferias de Recife e Pernambuco. Em 2023, todos os mortos pela polícia no Recife e Pernambuco eram negras. Além disso, foram registrados aumentos de 66% no número de pessoas baleadas pela polícia nesta região desde 2022. Houve ainda a participação da polícia em quatro das 11 chacinas ocorridas na região metropolitana.
A realidade brutal de violência policial, precarização do trabalho e da vida, particularmente das pessoas negras de Recife e Pernambuco é total e completa responsabilidade de João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSB). A polícia é uma instituição reacionária cujo único papel social é a criminalização e repressão das pessoas negras, dos pobres e trabalhadoras. Basta de violência policial e assassinato da juventude e população negra!
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