Depois da patronal desmarcar a reunião de negociação marcada para o dia de ontem, domingo 14/04, sem perspectiva de nova data, os trabalhadores da Toyota de Indaiatuba realizam novas assembleias no dia de hoje, 15/04, para reafirmaram a greve como forma de enfrentar a empresa. O Esquerda Diário esteve presente na assembleia do primeiro turno prestando solidariedade, assim como professores da rede estadual do Nossa Classe e estudantes da Unicamp da Faísca Revolucionária.
segunda-feira 15 de abril | Edição do dia
A greve começou na última quarta-feira, dia 10/04, no contexto do anúncio do fechamento da fábrica depois do vice-presidente Alckmin (PSB) publicar em suas redes o investimento de R$11 bi da Toyota na planta de Sorocaba, como escrevemos em notas anteriores [1]. O fechamento é parte dos ataques que visam precarizar a vida dos trabalhadores como a reforma trabalhista aprovada por Temer, aprofundada por Bolsonaro e mantida pelo governo Lula-Alckmin que agora ainda busca atacar ainda mais as condições de trabalho com o PL da uberização.
Os trabalhadores reivindicam um acordo melhor para o PDV para os que quiserem ir para a planta de Sorocaba. Segundo matéria no site do Sindicato dos Metalurgicos de Campinas e região “com a fábrica parada, a Toyota deixa de produzir 245 Corolla por dia, além de influenciar a produção da planta de Sorocaba”. Ainda segundo a matéria, os pontos reivindicados pelos trabalhadores são:
- Sindicato reivindica adicional de 80 salários nominais – Toyota mantém a proposta inicial de 30 salários
- Sindicato reivindica 2,5 salários/ano trabalhado – Toyota propôs 1 salário/ano trabalhado
- Sindicato reivindica Vale compra por mais 5 anos após o desligamento – Toyota propôs por mais 1 ano
- Sindicato reivindica Convênio médico por mais 3 anos após desligamento – Toyota propôs por mais 1 ano
- PPP: Toyota se propôs a estudar este ponto
- Sindicato reivindica que sejam estabelecidas as condições de ida para Sorocaba como adicional, transporte ou moradia, etc.
- Insalubridade/Periculosidade nos setores que já pleitearam
- PCS da Ferramentaria
Os pontos do pacote de benefícios já negociados e atendidos pela empresa são os seguintes:
- Estabilidade para todos em Indaiatuba até julho de 2026;
- Estabilidade até 2030 para quem optar pela transferência para Sorocaba – A Toyota propôs até 2029;
- Estabilidade até a aposentadoria aos trabalhadores acidentados/adoecidos pelo trabalho;
- Toyota Previ (resgate total do valor, incluindo participação da empresa).
É preciso organizar uma forte campanha de solidariedade e luta contra o fechamento da fábrica. O conjunto dos movimentos sociais, sindicatos, oposições sindicais, movimento estudantil e organizações de esquerda precisam fazer uma forte campanha de solidariedade para essa greve. Desde já, nós do Esquerda Diário e do MRT nos colocamos nosso diário e nossas forças à disposição para ajudar na luta e achamos que ela precisa avançar para a defesa dos postos de trabalho e a manutenção da fábrica de Indaiatuba.
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