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REORGANIZAÇÃO ESCOLAR | Ato no dia 20 contra o anúncio de fechamento das escolas e salas por Alckmin

Simone IshibashiRio de Janeiro

segunda-feira 19 de outubro de 2015 | 23:14

No dia 20 de outubro a Apeoesp está convocando um ato em frente à Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, na Praça da República, para as 15h contra o anúncio de fechamento de salas e escolas por parte do governo tucano de Alckmin. A reestruturação escolar, nome dado pelo governo do estado a mais esse ataque à Educação, foi o estopim da maior reação protagonizada pela juventude secundarista no último período.

Desde o mês passado foram diversas manifestações que ocorreram não apenas na capital paulista, como em mais de 40 cidades de todo o estado, com a juventude tomando a linha de frente e encabeçando a resistência a essa medida que a ninguém favorecerá, já que alunos ficarão sem saber onde estudar, enquanto milhares de professores serão demitidos. Nas manifestações os estudantes não apenas reivindicam que suas escolas sigam funcionando plenamente, como ainda seu direito a definir o próprio futuro, o que demonstra que se trata de uma nova geração de jovens que expressam a aspiração de conquistar mais voz ativa em meio à crise econômica e política que se instalou no país. E que para isso estão dispostos a resistirem e a se mobilizarem.

Após o início da resistência dos estudantes das escolas, esse movimento pela sua força, rompeu o cerco da mídia e forçou o debate sobre essa política de mais precarização do ensino. Isso foi uma grande conquista da juventude que se mobilizou, e chamou professores, pais e comunidades a estarem junto a eles lutando pelo direito de manterem suas escolas. Ridiculamente o secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald teve que sair na grande imprensa afirmando que “não é contra a manifestação dos estudantes”, mas que essas deveriam ser “contra os professores que fizeram greve”. Discurso que não convenceu ninguém, pois os estudantes, bem como os professores, são os que sentem na pele todos os dias os efeitos da política do governo para a Educação.

Os professores, que no início desse ano fizeram 92 dias de greve, no entanto, ainda precisam se integrar com força nesse movimento, para que ele dê os avanços necessários e possa derrotar a política de Alckmin. Até agora essa entrada em cena dos educadores foi debilitada pelo enorme assédio que estão ocorrendo nas escolas, sobretudo contra os professores grevistas, bem como pelo calendário da reposição, que está impondo jornadas absolutamente exaustivas. E também pelo discurso propagado pelo governo do estado e pela grande mídia de que a reestruturação não afetaria a rede de conjunto. O que cada vez mais se mostra uma grande mentira. Até o momento há uma lista de 155 escolas que teriam sido notificadas como aquelas que sofreriam alguma mudança com a reestruturação. Mas essa lista poderá crescer muito mais.

Por isso todos os professores, estudantes secundaristas, pais e comunidade devem se juntar ao ato convocado para o dia 20 de outubro. É preciso que esse movimento de juventude realize ações unificadas, e coordenadas, entre si, e com os demais setores, para que dessa forma se possa efetivamente golpear o governo do estado, e barrar mais esse ajuste contra a juventude.

A Apeoesp precisa colocar seu aparato a serviço do triunfo dessa luta

A Apeoesp, cuja direção majoritária é composta pelo PT e PCdoB, não está atuando para levar essa luta a triunfar. Teme que ela saia do seu controle. Essa direção burocratizada tudo faz para esconder que o PT está aplicando em âmbito federal uma política de ajustes contra a Educação. Justamente por isso, a Apeoesp se limitou a convocar esse ato quase um mês após a explosão dos estudantes contra os ataques do governo tucano. Tampouco coloca seu imenso aparato a serviço de organizar grandes ações de mobilizações, ou uma ampla campanha de esclarecimento e que dê voz à população sobre como esse ataque afeta a todos. E para completar nada tem feito para defender os professores do assédio das direções das escolas.

Portanto, a presença nesse ato do dia 20 de outubro deve ter como eixos o combate ao ataque da reestruturação, mas também uma dura exigência à direção da Apeoesp de que coloque seus recursos em prol de desenvolver a mobilização dos professores. É preciso superar os limites de ações proforma, que não metem medo no governo do estado, e promover grandes ações em que professores confluam com os estudantes.




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