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Bolsonarismo racista | Estudante negro de colégio de elite em SP sofre ataques racistas e nazistas

sexta-feira 4 de novembro de 2022 | Edição do dia
Imagem: print da mensagem racista enviada ao estudante no privado, após ser excluído de grupo auto-intitulado neonazista, em que foi colocado sem autorização

Um estudante negro da unidade de Valinhos (SP) do Colégio Visconde de Porto Seguro sofreu ataques racistas e nazistas. Ele foi incluído em um grupo chamado "Fundação Anti Petismo" em que estudantes de extrema-direita estavam compartilhando mensagens e figurinhas com racistas, homofóbicas, nazistas e gordofóbicas. Outros estudantes, ex-estudantes, familiares e amigos protestaram em carta e depoimentos contra esse reacionarismo inaceitável.

Quando foi colocado no grupo, o estudante de 15 anos perguntou do que se tratava o grupo e recebeu a resposta de que seriam os "neonazistas do Porto". Depois de responder contra o caráter do grupo e ser excluído, recebeu uma mensagem absurda no privado dizendo: "espero que você morra fdp negro".

A mãe do estudante atacado, Thaís Cremasco, advogada, declara: "Após a apuração da eleição do segundo turno no último dia 30 de outubro, meu filho de 14 anos foi incluído em um grupo denominado “ Fundação Antipetismo” formado por alunos da escola em que ele estuda, Porto Seguro, em Valinhos (SP).

No grupo, conforme os prints que fizemos, contém mensagens de discurso de ódio contra diferentes grupos sociais como mulheres, negros, homossexuais, nordestinos, pobres, além de apologia ao nazismo, ou seja, antissemitismo, com imagens de Hitler inclusive.

Questionei a direção da escola e, considerando o teor violento e criminoso desses conteúdos, além de uma mensagem de um dos integrantes: “Espero que você morra FDP negro”, registrei boletim de ocorrência nesta segunda feira 31/10.

Até o momento a escola de meu filho, instituição que minha filha caçula também estuda, não se posicionou de forma efetiva contra a ocorrência, possibilitando novas manifestações de intolerância e desrespeito, sendo omissa em sua função fundamental de educar e informar, acolhendo mais os ofensores do que os ofendidos.

Inúmeras outras experiências de violência, intolerâncias, inclusive manifestada no apoio de ex-alunos em que relatam terem sofridos outras formas de bullings, demonstram que a escola, destinada à elite econômica da região, vêm optando pela proteção e manutenção de seu grupo de consumo, mesmo que este seja violento para com outros alunos da escola.

Minha filha caçula foi exposta a outros episódios de violência e discriminação, sendo chamada de “escrava” , ridicularização do seu cabelo e ainda, foi dito que a cor de sua pele é de pobre.

Todas essas situações que chegavam até mim, sempre questionei numa medida da escola, confiando que fariam algo para combater esse tipo de discriminação e violência. Porém, nada foi feito até o momento.

Atualmente, existem inúmeras iniciativas, inclusive em escolas de elite em São Paulo, que reúnem ações antirracista, o que não ocorre nesta escola".

Confira a leitura da Carta Aberta dos ex-alunos ao Colégio Visconde de Porto, que conta com centenas de apoiadores:




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