Em depoimento, agente admitiu ter recebido missão para atrapalhar investigação contra filho do presidente Bolsonaro, Renan Bolsonaro. Segundo o agente, a intenção era evitar desgaste na imagem do presidente. O aparelhamento do Estado Brasileiro vem sendo uma prática marcante durante os 4 anos de governo Bolsonaro e dos militares.
terça-feira 30 de agosto de 2022 | Edição do dia
Um integrante da Agência Brasileira de Inteligência foi flagrado em uma operação que investigava Renan Bolsonaro. O agente do órgão admitiu que a intenção era atrapalhar o caso a fim de evitar qualquer desgaste à imagem de Bolsonaro (o governo vem com altos índices de reprovação nas pesquisas eleitorais).
O filho do presidente, junto ao seu preparador físico Allan Lucena, é acusado de abrir as portas do governo para um empresário interessado em receber recursos públicos para seu negócio. O empresário do Espírito Santo teria doado um carro elétrico de 90 mil reais a Renan Bolsonaro e seu Personal trainer. O Intuito da investigação, atrapalhada pelo agente da ABIN, era saber quem dirige o carro.
Luís Felipe Barros Felix, agente da ABIN, admitiu a ação na operação. Segundo Felix, ele estava vinculado com Alexandre Ramagem, comandante da ABIN e homem de confiança de Bolsonaro. Anteriormente, ambos trabalharam na campanha do presidente. "O objeto de conhecimento era para saber se os informes que pudessem trazer risco à imagem ou à integridade física do presidente eram verdadeiros ou não", afirmou Felix em depoimento.
Bolsonaro não esconde sua tentativa de aparelhar cada vez mais o Estado Brasileiro em proveito de seus interesses, dos seus filhos e dos parlamentares bolsonaristas. Seja recheando os cargos civis de militares, seja nomeando Augusto Aras e o terrivelmente evangélico André Mendonça, forma de aparelhar também o Estado. Ao mesmo tempo, se aproveita desses cargos para deslegitimar as eleições e fazer ameaças golpistas, agitando sua base mais reacionária, enquanto ainda tenta se embandeirar de um discurso anticorrupção, dizendo que seu governo foi livre de casos assim. Recentemente, PT e Lula vem respondendo a isso relembrando como durante seus governos fortaleceu as instituições que foram pilares do golpe e das reformas e ataques, como é de exemplo o judiciário; dando sinais que repetirá a política de conciliação que fortaleceu a direita. Por isso, é preciso enfrentar o bolsonarismo na luta de classes, sem confiança na aliança com a direita e nos distintos setores do regime político.