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Tentativa de transfeminicídio | Mulher trans tem o corpo queimado por ex em Itabuna-Bahia

No dia 11/03/23 em Itabuna, no Sul da Bahia, uma mulher trans foi vítima de uma tentativa de feminicidio pelo seu ex-companheiro. A mulher que teve a identidade preservada deu entrada no hospital da cidade em estado grave com diversas queimaduras pelo seu corpo.

sábado 18 de março de 2023 | 12:05

Foto: Site oficial. Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães, em Itabuna.

Segundo o Uol, o Brasil é tido pela décima quarta vez como o país que mais mata trans no mundo, além de ocupar a sétima posição segundo o Ministério público dos países que mais matam as mulheres. Justamente nessa semana em que a mulher foi queimada, o país estava em “comemorações” ao dia Internacional da Mulher, e logo após recebemos uma notícia como essa, mostrando o país em que vivemos, do qual as mulheres não são respeitadas.

Recentemente vimos o episódio absurdo de transfobia de um deputado bolsonarista, o mais votado do país, o que deixa nítido o quanto o alento da extrema direita à discursos misóginos possuem alvos reais e concretos.

A nossa região possui tristes índices no que diz respeito à violência contra a mulher e mais especificamente quando se trata das mulheres trans e travestis. O estado do Pernambuco é o mais perigoso para uma pessoa trans viver. Para somar a este triste dado, as mulheres trans e travestis têm no Brasil uma expectativa de vida de meros 35 anos.

O governo do estado da Bahia, assim como da maioria dos estados brasileiros prestaram suas homenagens as mulheres “guerreiras” do nosso país no 8 de março, mas é nessa mesma sociedade em que a mulher tem medo em terminar um relacionamento, em sair sozinha, isso sem falar na precariedade que é a vida das do conjunto das mulheres brasileiras da classe trabalhadora, especialmente as mulheres negras.

Além de sermos oprimidas por sermos mulheres, somos exploradas por esse sistema em que vivemos, do qual só se beneficia uma pequena parcela da população, onde as indústrias de beleza mostraram todas as suas estratégias de vendas para o dia da mulher, sem mostrar as condições em que as mulheres trabalham na mesma. E dessa forma tentam todos os dias nos tornar escravas desse sistema, pelo trabalho, pelos estereótipos inalcançáveis e mais.

Esse caso de tentativa de transfeminicidio de uma mulher trans não é um caso isolado, muito pelo contrário. É preciso que o movimento de mulheres levante a bandeira de um plano de emergência contra a violência de gênero que abarque as demandas específicas das mulheres trans e travestis, que inclua direito à identidade, tratamentos hormonais de qualidade e gratuitos garantidos pelo SUS, assim como também cirurgias de prótese mamária e designação sexual, casas abrigo para mulheres trans e travestis em situação de vulnerabilidade e cotas trans.




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