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Hoje, 8 de março, é o dia internacional da mulher, um dia histórico de luta proposto pelas feministas socialistas, com o objetivo de unir as fileiras de todos trabalhadores, homens e mulheres, em defesa dos direitos das mulheres, entendendo que essas demandas são decisivas no avanço da luta socialista contra o capitalismo, o patriarcado e a opressão de gênero e sexual que sofremos em todo o mundo.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

domingo 10 de março | Edição do dia

E o que isso tem a ver com a luta lgbtqiapn+?

Uma coisa é fato, o patriarcado, que é anterior ao capitalismo, teve um casamento muito bem sucedido com esse sistema que lucra em cima das vidas de milhões de trabalhadores. A relação entre opressão e exploração permite com que os capitalistas possam extrair ainda mais lucros do trabalho dos setores oprimidos da sociedade. Basta ver quem ocupa os postos mais precários de trabalho, as mulheres, negras, as lgbt+s, as imigrantes.

Em nome da família - patriarcal, heteronormativa e monogâmica -, uma unidade fundamental para a reprodução da vida dentro do capitalismo, e logo do capital, o Estado e a burguesia aprisionam nossos corpos, sexualidades e impõem padrões de gênero à toda sociedade.

Eis o ponto de contato do patriarcado com a opressão contra a mulher e a opressão contra todas as outras formas de expressar o gênero e a sexualidade.

Muito longe do que a mídia e o governo tentam vender com discursos de representatividade, suas propagandas arco-íris e como se algumas poucas ocupando postos de poder mudariam a realidade das lgbt+s e trabalhadoras, com o aprofundamento da crise capitalista, a realidade é que vivemos uma sexualidade cada vez mais mercantilizada e precarizada e temos demandas urgentes que não são resolvidas.

São as pessoas com útero que não tem direito ao aborto legal, seguro e gratuito. O Brasil é recordista em trans feminicídios e tem um altíssimo nível de feminicídios. Um lgbt morre a cada 34h no Brasil. Um plano de emergência contra a violência de gênero é urgente.

O dia internacional de luta das mulheres é também dia de luta das lgbtqiapn+. Inspiradas nas mulheres que no 8M deram início a maior revolução da história, a Revolução Russa de 1917 e que pela primeira vez descriminalizaram a homossexualidade. Inspiradas na revolta de Stonewall onde as lgbt+s chutaram o armário na cara da polícia. É, por isso, que nesse dia dizemos abaixo o genocídio na Palestina e pelo cessar fogo imediato, não aceitamos o pinkwashing do Estado de Israel.

Nossas aspirações não cabem em confiança em um governo de frente ampla de Lula Alckmin que administra esse Estado lgbtfóbico e misógino.

Esse governo é o que mantém o RG transfóbico bolsonarista, que legitima os feminicídios e transfeminídios, que concilia com a extrema-direita, que nem preciso falar qual a opinião que ela tem sobre as mulheres e lgbt+s, né? E que não vai revogar as reformas como a trabalhista e previdência que garantem com que as lgbt+s, como as pessoas trans continuem nas jornadas extenuantes nos porões do telemarketing, tendo de esconder suas identidades, e no trabalho informal. Assim como, faz demagogia com a lei de igualdade salarial, quando na verdade, vem aumentando a desigualdade no mercado de trabalho, o trabalho precário e a terceirização.

O patriarcado não vai cair sozinho, vamos precisar derrubá-lo junto com o capitalismo. A marcha trans masculina na última semana em SP foi um exemplo de como lutar. A luta pela libertação sexual e de gênero é uma só luta. E a luta de classes é o seu motor. Mulheres e LGBT+S estarão na linha de frente ao lado de todos os explorados e oprimidos. Esses que merecem amar a vida em todas as suas alegrias, e serem livres nos sentimentos e nos afetos. Para nós, e parafraseando a revolucionária bolchevique Alexandra Kollontai, essa é a consigna da sociedade que lutamos, uma sociedade comunista.

Marche com o Pão e Rosas, coletivo de mulheres e lgbt+ nesse 8M nos blocos independentes que estamos construindo pelo Brasil.

Assista o vídeo da coluna aqui:




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