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“A polícia militar é homofóbica”, declarou João Paulo Freire. Por ser homossexual, João Paulo já sofreu discriminações. Conta ele que ao pedir ajuda de polícias militares junto ao seu namorado devido a hostilidades que receberam de outros cidadãos enquanto se beijavam, os policiais apenas pediram que eles saíssem de perto “sem dar mole pra ninguém”. E ao questionar se poderiam contar com a ajuda da polícia em casos de homofobia, a resposta foi não.

quinta-feira 30 de julho de 2015 | 00:46

João Paulo afirma que além existir homofobia na Polícia Militar, existe a LGBTfobia, que consiste na fobia contra lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais. Ele crê que a PM “perpetua um padrão de conduta extremamente machista e discriminatório já presente na sociedade. E talvez ela só tenha esse tipo de postura porque se baseia em preconceitos já existentes na população civil, encontrando fortes apoiadores de tal conduta na classe política”.

O Coronel de Reserva da Polícia Militar de São Paulo, André Vianna, afirma que o preconceito existe na sociedade, mas as instituições policiais não buscam estimular este comportamento ou qualquer outro tipo de preconceito. “O problema é do indivíduo policial e não da instituição, pois a formação do policial é uma formação técnica e profissional que não muda a essência da pessoa”.

Os Policiais Militares do Estado de São Paulo não recebem nenhum tipo de treinamento educacional para saberem lidar com grupos minoritários. Em outros estados como o Rio de Janeiro e a Bahia, os policiais militares já recebem capacitação para o atendimento à população LGBT, e especialmente no Rio só podem avançar na carreira os que já fizeram o treinamento. O Coronel Vianna afirma ainda que a formação da maioria dos policiais não é direcionada para atender necessidades específicas do grupo LGBT e de nenhuma outra minoria.

À Polícia Militar cabe o policiamento ostensivo, que significa que os policiais devem trabalhar de forma aberta à população, com o objetivo de fiscalizar comportamentos e atividades, além de zelar pela ordem pública e pelo respeito dos indivíduos à legislação. Para o Coronel Vianna, o que se espera da polícia é “a não discriminação, o que significa respeitar a diversidade.” Mas, não é isso que acontece. Recentes casos de LGBTfobia como o da transsexual Verônica Bolina que foi agredida, violentada e torturada, e o da travesti Laura Vermont que foi assassinada, também possuem Policiais Militares envolvidos.

A falta de preparo específico ou os preconceitos pré existentes, não mudam o fato de que a Polícia Militar comete a homofobia. O militante João Paulo disse ainda que a PM lhe passa medo e “não fornece segurança. Pelo contrário, tira a segurança e, por vezes, expõe a situações de constrangimento”.




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