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Meio-Ambiente | Stockcar no Mineirão: organizar a UFMG contra a degradação ambiental de Fuad e empresários

Somente a mobilização dos estudantes, professores e dos trabalhadores pode barrar a realização deste mega evento e defender a universidade dos ataques capitalistas.

domingo 31 de março | Edição do dia
Fonte: Hoje em dia

Belo Horizonte, através do prefeito Fuad Noman, firmou acordo para ser uma das sedes da Stock Car pelos próximos 5 anos. O trajeto, definido à portas fechadas entre o prefeito e os organizadores - que vão lucrar muito com o evento -, será na região da Pampulha, circulando todo o Mineirão e descendo pela avenida Carlos Luz.

Para viabilizar o evento, a prefeitura, também de maneira arbitrária, realizou o corte de 63 árvores na região. Em tempos de extremo calor provocado pelo aquecimento global advindo do dano ambiental causado pelo capitalismo, Fuad abre as portas da cidade para empresários de um ramo que lucra milhões promovendo degradação ambiental, como por exemplo, os níveis extremos de poluição sonora que a competição automobilística produz, ultrapassando 100 decibéis.

Para além das árvores cortadas, o altíssimo ruído produzido pelos carros se dará nas proximidades dos laboratórios de pesquisa biológica e do Hospital Veterinário da UFMG, comprometendo todo o ambiente, assim como o ensino, a pesquisa e a extensão na universidade.

A reitoria da UFMG alega que ficou sabendo do evento e do corte de árvores que estão nas dependências da universidade através dos jornais, mas não podemos deixar de lembrar o papel que cumpre a reitoria na administração dos cortes orçamentários e manutenção da estrutura de poder da Universidade, também comprometendo a qualidade das atividades ali desenvolvidas, a falta de assistência estudantil que não garante a permanência dos setores mais pobres na universidade, sendo gerenciado pela FUMP, além do aumento do bandejão para comunidade externa e a manutenção do trabalho terceirizado em que a reitora na greve de 2022 lavou suas mãos para a luta dos trabalhadores, colocando que contratava apenas postos de trabalho.

Em vídeo divulgado pela Reitora, Sandra afirma o compromisso com o meio ambiente e com a comunidade ao redor da UFMG, mas até onde vai esse compromisso? Uma das principais patrocinadoras da Stock Car e responsável por fornecer o aço de todos os carros, a ArcelorMittal, é também parceira da escola de Engenharia da UFMG, submetendo o conhecimento ali produzido aos seus interesses gananciosos. Sandra apresenta dados da degradação ambiental e dos problemas que serão trazidos ao entorno, apostando numa saída institucional de forma a não comprometer a parceria da universidade com uma empresa que patrocina a poluição não só em Belo Horizonte, mas em outras 10 cidades que abrigam etapas da categoria automobilística.

É por isso que a nossa luta contra os danos socioambientais que a Stock Car está causando em BH deve ser dada de forma independente da reitoria e dos governos, uma vez que estes também são responsáveis pela precarização da universidade e submissão desta a empresas que direcionam o conhecimento produzido a serviço dos seus lucros milionários. É urgente que as entidades estudantis e sindicais construam a luta desde as bases, sem confiança no judiciário ou nas vias institucionais. Somente a mobilização dos estudantes, professores e dos trabalhadores pode barrar a realização deste mega evento e defender a universidade dos ataques capitalistas.

É fundamental que o DCE da UFMG e as entidades estudantis, como parte de ampliar e massificar esse movimento contra a realização desse evento e seus impactos, construam uma forte assembleia des estudantes. Esse espaço também nos permitiria debater como organizar nossa luta pelas demandas estudantis, como a permanência para toda demanda e a implementação das cotas Trans. Além disso, é urgente fortalecer uma solidariedade ativa dos estudantes a greve dos técnicos administrativos, e a paralisação dos professores no dia 3 de abril. Lutas que se enfrentam com o reajuste zero do governo federal de Lula-Alckmin, uma imposição do Arcabouço Fiscal que também afeta o orçamento das universidades públicas e todes estudantes. Motivos de sobra para que possamos ter um espaço democrático, como deve ser uma assembleia com direito a voz e voto, na qual depois de discutir mais profundamente essas questões, todes possam deliberar coletivamente propostas para fortalecer a nossa luta em unidade.




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