Nesta terça 1/3 teve lugar um momento decisivo no processo das eleições primárias estadunidenses: a chamada Superterça, que envolve eleições em 12 estados. A democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump alcançaram vitórias decisivas e surgem como os prováveis candidatos das eleições nacionais em novembro.
quarta-feira 2 de março de 2016 | 03:53
O milionário Donald Trump, com seu discurso populista de direita, manteve sua liderança indiscutida em 9 dos 12 locais onde se realizaram as eleições.
Trump perdeu para Ted Cruz no Texas e em Oklahoma, e para Marco Rubio em Minnesota, porém ganhou nos outros 9 territórios em disputa.
Apesar da vitória de Bernie Sanders em 4 dos territórios disputados, o resultado global do dia também favoreceu a dianteira já conquistada anteriormente por Hillary Clinton, confirmando o favoritismo.
’Supertrump’
A vitória de Trump vem a confirmar o que prognosticavam as pesquisas e justificar o espanto no establishment do partido republicano. O pânico no interior do partido ganhou força nos últimos dias e se transformou numa campanha furibunda contra o líder demagogo.
Não só entre os candidatos e líderes do partido republicano redobraram os ataques ao magnada da construção civil, como os meios de comunicação liberais e conservadores (New York Times e Washington Post, entre outros) aderiram a uma espécie de campanha anti-Trump.
De todo modo, o que é certo é que Trump é um candidato relativamente fraco para enfrentar o vencedor da interna democrata nas eleições de novembro.
Frente a uma mulher como Hillary Clinton, que ademais goza de grande popularidade entre os negros, o discurso racista e machista aberto de Trump, além de suas declarações xenófobas, o tornam um candidato pouco palatável quando se sai do terreno estrito dos republicanos para a população em geral.
Do lado democrata, a ampla vitória de Hillary Clinton é um novo avanço para consolidar uma liderança praticamente impossível de alcançar por Bernie Sanders.
A ‘Superterça’
Concentrando as eleições de diversos estados e territórios (este ano foram 12), a “superterça” no início do mês de março se transformou num marco quase definitório na disputa pela vaga nas eleições presidenciais.
Nesta terça foram eleitos 865 delegados democratas e 595 republicanos, de um total de 2.472 e 2.123, respectivamente, que participarão das eleições internas de seus partidos para definir os candidatos presidenciais.
No caso do partido democrata, além dos delegados eleitos na votação interna, existem 700 “superdelegados” – deputados, governadores e outras personalidades do partido democrata, que votam como os demais delegados eleitos. Esse mecanismo permite à cúpula manter o controle sobre os indicados, para evitar a vitória de alguém que desafie o establishment do partido.
O fato é que as eleições parecem se encaminhar realmente para uma disputa entre Hillary e Trump. E isso implica uma chance muito alta de que ela seja eleita, inclusive com apoio, mais ou menos aberto, de uma parte da própria cúpula republicana.