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UNICAMP | Estudantes do IA paralisam por 3 dias contra os cortes dos governos e o golpe!

Com mesas e rodas de conversa em torno da conjuntura nacional e o combate às opressões, preparações e apresentações de performances, atos e intervenções, e com a participação de cerca de 100 pessoas por atividade, os estudantes do Instituto de Artes da Unicamp mostraram que se nos atacarem, vamos atacar!

segunda-feira 2 de maio de 2016 | Edição do dia

O primeiro dia da paralisação no instituto (27 de abril) fez parte da paralisação geral dos estudantes da Unicamp, votada em Assembleia Geral após um chamado dos próprios alunos do IA, que já tinham deliberado paralisar neste dia contra o anúncio da reitoria de um corte de $40 milhões e contra o golpe institucional.

Ele começou com um trancaço em duas portarias da Unicamp, ao qual o IA aderiu com força e ao ritmo de paródias do Bonde das Maravilhas contra o corte de 40 milhões e o golpe institucional e em defesa da aliança dos estudantes com os trabalhadores, causando um trânsito de 2 horas nos arredores da Unicamp.

Seguiu-se com uma roda de conversas sobre a crise econômica e política - onde foi discutida a necessidade de uma mobilização forte e que rompa com o rotineirismo para barrar os cortes e o golpe, além da importância de unificação das lutas em curso no país -, e uma atividade construída com o Núcleo de Consciência Negra da Unicamp sobre relações raciais e branquitude, onde os estudantes debateram desde a falta de acesso e permanência nas universidades e a ausência do estudo da cultura negra em nossos currículos, até as maneiras como a arte pode servir como arma no combate ao racismo.

Finalizando o dia com uma assembleia com mais de 200 pessoas, os estudantes votaram por continuar paralisados pelo resto da semana para que as discussões fossem aprofundadas, com o chamado de uma nova Assembleia com Indicativo de Greve para segunda-feira (2 de abril)!

Os outros dois dias paralisados seguiram com atividades cheias, com integração da programação do Compacto FEIA (pré Festival do Instituto de Artes) ao calendário de paralisação, atos saindo do IA até vários pontos do campus - desde outros institutos, com um chamado para que se somem à luta, até mesmo à reitoria e ao HC -, uma reunião da Congregação na qual os estudantes levaram seu posicionamento contra o corte para os professores e a burocracia acadêmica do Instituto, intervenções dentro e fora do Restaurante Universitário contra o corte de $40 milhões, uma mesa sobre cortes na educação com uma professora e um funcionário do IA e uma secundarista que esteve na ocupação das escolas de Campinas, uma roda de conversas sobre opressões e o golpe institucional, finalizando a sexta feira com uma pizzada e a apresentação artística do Projeto EX de estudantes da Midialogia, com microfones abertos, distorções e recortes de discursos da votação do impeachment na câmara dos deputados.

No instituto que já não recebe verbas da reitoria por não produzir patentes e lucro, onde faltam funcionários e sobram goteiras, com três obras paralisadas (o teatro-laboratório, o prédio de entidades e a reforma do auditório) e sem os espaços e materiais necessários para as disciplinas, os estudantes estão tomando linha de frente na luta contra os cortes na educação e contra o golpe que está sendo imposto pela direta para passar com ainda mais força os ajustes!

Durante toda a paralisação os estudantes fizeram chamados para que os outros institutos se somem à luta, além de colocar a necessidade de aliança com os trabalhadores e professores, para unificar os três setores que constroem a universidade. Com o corte de $40 milhões, os funcionários, sempre o primeiro setor a ser afetado pelos cortes, terão seus pedidos de bonificação suspensos. Além disso, não haverá novas contratações (sucateando ainda mais institutos como o IA, que já sofre com a falta de funcionários) e os gastos com a terceirização também vão diminuir (ou seja, mais demissões e piores condições de trabalho para as trabalhadoras terceirizadas). É fundamental que os estudantes se coloquem ao lado dos trabalhadores contra esses ataques!

Para barrar esse corte, não podemos ter ilusões de que o Consu, a reitoria e a burocracia acadêmica que a sustenta possam estar do nosso lado! Seu único interesse é manter os próprios privilégios e o lucro das grandes empresas que fomentam pesquisas e patentes dentro da Unicamp. São eles os responsáveis por manter a universidade fechada para a população, sem cotas, sem vagas na moradia, com bolsas trabalho ao invés de bolsas estudo, e com trabalhadoras negras terceirizadas recebendo um salário de R$700 enquanto a burocracia recebe supersalários de R$60 mil!

Nossas forças estão na aliança entre os setores que de fato constroem a universidade: estudantes, funcionários e professores, lutando contra os ataques dos governos e o golpe, batendo de frente com a estrutura de poder elitista, machista, racista e LGBTfóbica que existe hoje na universidade, a qual é mantida pela burocracia acadêmica, pela reitoria, pelo Consu e pelos governos!

Nesse domingo (1º de maio), dia do trabalhador, aconteceu o único ato chamado contra o golpe, convocado pela CUT, CTB, MTST, PSOL, e outros setores dos movimentos sociais. Em São Paulo, os estudantes do IA, IFCH e IE da Unicamp fizeram parte de um bloco independente, formado por trabalhadores e estudantes, contra o golpe e os ajustes dos governos e convocado pela Faísca e MRT.

Rompendo com a concentração do ato geral (que não sairia do lugar), nosso bloco seguiu até o Centro Paula Souza, onde levamos nosso apoio à ocupação e à luta dos estudantes das ETECs, porque é unificando as lutas pela educação que estão em curso no país todo que vamos conseguir barrar os ataques! E se no governo Dilma já foram cortados mais de R$10 bilhões da educação, não podemos ter dúvidas de que, se o golpe institucional da direita passar, os cortes e ajustes virão com ainda mais força! A luta contra o golpe e a pela educação são uma só! Chamamos o resto da Unicamp a se somar à luta, para seguirmos construindo uma mobilização forte, que se choque com o rotineirismo! Contra o golpe e os ajustes, vem parar com a gente!

Todos à Assembleia dos estudantes do Instituto de Artes, nessa segunda feira (2 de abril), 12h30 no bosque do IE, com indicativo de greve! Vamos parar a Unicamp!




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