A justiça, sem julgar a legalidade da greve, apresentou uma proposta, para encerrar a greve dos trabalhadores da Acciona sem que a empresa precise se posicionar sobre a proposta, nem se comprometer em atender nenhuma das reivindicações. A empresa teria dez dias para responder, e pode ainda negar. Pois o que saiu da audiência no tribunal não é uma decisão, nem obriga a empresa a nada. É somente uma proposta, sobre a qual a empresa não se posicionou.
quarta-feira 6 de setembro de 2023 | Edição do dia
Como os trabalhadores vieram mostrando muito bem, é a força da união, mobilização e da greve que impõe as conquistas.
O movimento está forte em cada canteiro, a cada dia soma mais apoios. Com essa força a luta pode triunfar e arrancar as reivindicações: o convênio médico, que não se negocia, o aumento no salário e no VR, a periculosidade, a comida de qualidade, a garantia de nenhum desconto e nenhuma punição pela greve.
A prova que a greve está incomodando é que forçou essa reunião e essa proposta. E mais uma vez, como em tantas greves, a justiça jogou o jogo do patrão. Em metroviários, agora na greve de professores do Rio de Janeiro e tantas outra, a justiça se coloca ao lado dos patrões ou julga greves totalmente legítimas como ilegais. Mas também precisamos lembrar de greves como a dos garis do Rio de Janeiro, em 2014, que a justiça julgou a greve ilegal, demitiu 600 trabalhadores, mas com a força e a união, obrigaram a justiça e a empresa a voltarem atrás, mantiveram os empregos e um reajuste de mais de 20%.
O lucro da Acciona é suficiente para pagar já todas as reivindicações. E a força e unidade da greve é que pode arrancar isso.
Nós do Esquerda Diário seguiremos à disposição dos trabalhadores da Acciona, junto com os companheiros do movimento Nossa Classe, trazendo o apoio de metroviários, professores, trabalhadores da USP, estudantes e fazendo tudo o que podemos para apoiar os trabalhadores da Acciona nas decisões que tomarem. Uma só classe, uma só luta!
